Qual é a forma mais eficiente de estudar?

06/06/2024

Por onde começo a estudar? Qual é a melhor maneira para aprender? Quantas horas por dia devo me dedicar? Essas são algumas das perguntas que passam cotidianamente na cabeça de estudantes que se preparam para provas importantes. Segundo Sofia Borges, mestranda em Psicologia na UFJF, o melhor método para estudar é diferente para cada pessoa.

Sofia Borges conta que atualmente, existem muitos vídeos no Youtube explicando de forma didática o passo a passo de métodos de estudo desenvolvidos através de pesquisas científicas. “A melhor alternativa é testar cada um e ver qual se adequa melhor ao seu estilo de aprendizado. O Método Pomodoro, por exemplo, pode ser uma boa opção se a dificuldade estiver em manter o foco por longos períodos de tempo. Já a utilização de técnicas de memorização pode auxiliar em situações em que o estudante é capaz de manter o foco, mas tem dificuldade em reter o conteúdo. Outra possibilidade é combinar aspectos de métodos diferentes, de acordo com as suas necessidades individuais. Para isso, é importante observar e ter clareza sobre os pontos fracos e fortes da sua rotina de estudos e fazer ajustes à medida em que eles são identificados”, expõe.

O ambiente de estudo deve ser o mais tranquilo possível, evitando-se sons e distrações. Além disso, deve-se buscar mantê-lo sempre limpo e organizado. “Infelizmente, não são todas as pessoas que têm acesso a um ambiente assim em casa, uma vez que muitos vivem com um número grande de familiares, muitas vezes em casas pequenas. Nesses casos, é importante buscar a cooperação daqueles que vivem no mesmo espaço, explicando sobre as necessidades. Algo um pouco extremo que também pode ser de alguma ajuda é a utilização de tampões de ouvido, que podem ser comprados em qualquer farmácia”, comenta.

O estabelecimento de um método de estudo é crucial para melhores resultados e para o melhor aproveitamento do tempo. Horários fixos são uma boa opção, já que diminuem a demanda cognitiva e tendem a evitar a procrastinação. Contudo, esses horários podem ser mais ou menos flexíveis, de acordo com as necessidades de cada aluno. “Alguns alunos se sentem desmotivados ao se verem incapazes de cumprir horários muito rígidos e acabam tendo um rendimento menor nessa situação. Outros se sentem mais tranquilos tendo um controle mais rígido sobre os diversos aspectos de seus estudos. A criação de algum tipo de cronograma, preferencialmente individualizado, costuma ser benéfica”.

Considerar o nosso bem-estar e ficar de olho nos nossos limites é algo importante para se frisar. Aprender e se realizar enquanto estudante ou profissional podem ser coisas satisfatórias, mas são apenas uma parte da experiência humana. “O foco em nossas metas acadêmicas e profissionais não deve ofuscar outros aspectos de nossas vidas e muito menos nos levar a desconsiderar nossas necessidades enquanto indivíduos e seres humanos. Para isso, é importante cultivarmos um olhar mais amplo sobre nossos objetivos de vida, sempre evitando reduzir nosso valor pessoal ao nosso desempenho acadêmico”, conclui.