Ailton Krenak recebe hoje à noite título de professor Honoris Causa concedido pela UFJF

18/02/2016

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai conceder, na noite desta quinta-feira, dia 18, o título de professor Honoris Causa a Ailton Krenak, uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro. Krenak vem trabalhando junto à UFJF desde 2012 em diversas atividades, com destaque para o “Seminário Repensar a Universidade”, a disciplina “Artes e ofícios dos saberes tradicionais” e os cursos de Capacitação, Aperfeiçoamento e Especialização em “Cultura e História dos Povos Indígenas”, na modalidade a distância, oferecidos por meio do Centro de Educação a Distância (Cead) da UFJF.

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O título de professor Honoris Causa é concedido pela UFJF a personalidades, nacionais ou estrangeiras, cujas atividades, publicações ou descobertas tenham contribuído para o progresso da educação, das ciências, das letras e das artes. O processo para outorga da honraria a Ailton Krenak foi iniciado no Departamento de Botânica, passou pelo Instituto de Ciências Biológicas e foi, em seguida, aprovado também pelo Conselho Superior (Consu).

O evento acontece às 19h de hoje, dia 18 de fevereiro, no Auditório do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), que fica localizado na rua Benjamim Constant, número 790, no Centro, em Juiz de Fora . A entrega do título é aberta ao público.

Após a solenidade, Ailton Krenak segue para o lançamento e noite de autógrafos da sua nova obra literária, o volume 50 da Coleção Encontros (Ed. Azougue). O livro reúne pensamentos do líder indígena sobre as relações entre as culturas ameríndias e a sociedade brasileira, numa coletânea de entrevistas e depoimentos editadas por Sergio Cohn. O lançamento acontece na Livraria Liberdade, localizada na rua Benjamin Constant, 801, no Centro, em Juiz de Fora.

 

Ailton Krenak

Ailton Krenak, índio da etnia crenaque, é jornalista, produtor gráfico e líder indígena. Nasceu em Minas Gerais, em 1954. Alfabetizou-se aos 18 anos, já com a família no Paraná. Na década de 1980, passou a se dedicar exclusivamente à articulação do movimento indígena.

Fundou a Organização Não Governamental (ONG) Núcleo de Cultura Indígena (NCI) e participou, também, da fundação da União das Nações Indígenas (UNI), do movimento Aliança dos Povos da Floresta e da criação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Em 1987, em meio às discussões da Assembleia Constituinte, foi autor de um gesto que comoveu a opinião pública: pintou o rosto de preto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário do Congresso Nacional, em sinal de luto pelo retrocesso na tramitação dos direitos indígenas.

Hoje é conhecido com um dos maiores líderes políticos e, também, um dos principais líderes indígenas do Brasil.