Dia Nacional da Consciência Negra: Igualdade racial é tema discutido pela UFJF por meio de curso na modalidade a distância

20/11/2014

“Quem planta preconceito, racismo e indiferença não pode reclamar da violência […] Crianças não nascem más, crianças não nascem racistas, aprendem o que a gente ensina…” Hoje, 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, é válido nos aproximarmos da preocupação social expressa pela música da banda Natiruts no início do texto: como promover a igualdade étnico-racial por meio da educação e transformar nossas crianças em adultos mais conscientes e humanizados?  

uniafro 20 (2)Com o objetivo de atender a essa demanda social, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) oferece, por meio do Centro de Educação a Distância (Cead), o curso de aperfeiçoamento Uniafro – política de igualdade racial no ambiente escolar.

“O aperfeiçoamento surgiu da necessidade que a gente ainda percebe em nossa sociedade de enfrentar o problema do racismo que, infelizmente, ainda é tão presente em nosso cenário social. Acredito que a educação é uma ferramenta fundamental para transformar essa realidade, para enfrentar e superar o racismo”, explica o coordenador do curso, Robert Daibert Júnior.

O Uniafro foi criado dentro de uma exigência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. A Lei nº 10.639/03 tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio do país.

A questão do racismo ainda é muito forte no Brasil e trabalhar o assunto com os professores da rede pública de ensino, que é o público-alvo do curso, foi uma estratégia pensada pelos órgãos públicos e governantes para disseminar o conhecimento e promover uma consciência mais cidadã entre as crianças em sua fase de formação. Durante o curso, os participantes são instrumentalizados e capacitados para trabalhar, nas diferentes disciplinas, temas ligados à promoção da igualdade racial.

O Dia da Consciência Negra é celebrado em todo o Brasil, sendo feriado nacional em 1.044 cidades. De acordo com Robert, a celebração do Dia Nacional da Consciência Negra permite uma aproximação da população à discussão das questões étnico-raciais. “A data é um marco na luta da conscientização da população a respeito da importância e do valor da cultura e da presença africana no Brasil. Deve se pensar em uma história de luta e de resposta a opressão que foi imposta a essa população durante séculos. Essas datas existem como um momento de se pensar e refletir sobre momentos cruciais da formação da nossa nação. É um momento importante de reflexão e atuação em nossa sociedade”, declara.

O curso

O curso de aperfeiçoamento Uniafro – política de igualdade racial no ambiente escolar é oferecido na modalidade a distância pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em parceria com o NEAB (Núcleo de Educação Afro-brasileira) da UFJF. A capacitação tem como público-alvo professores e gestores em educação do Sistema de Educação Básica Brasileira.

São oferecidas 120 vagas, sendo 96 destinadas a professores em exercício na rede pública de ensino e 24 para demanda social, com ampla concorrência. O curso é oferecido em quatro polos de apoio presencial: Ubá, Juiz de Fora, Cataguases e Governador Valadares.

A carga horária é de 180 horas, distribuídas em cinco módulos, com duração de seis meses, podendo ser prorrogado por mais dois meses.

O Dia Nacional da Consciência Negra

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data recorda a morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695 por bandeirantes.