Dissertação defendida por TAE do Cead/UFJF busca melhoria na capacitação dos tutores a distância

06/09/2017

Repensar a formação continuada dos tutores que atuam na educação a distância (EaD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), este foi o objetivo da dissertação da mestre Gillian Volpato, técnico-administrativa em educação do Cead/UFJF desde 2015. O trabalho, no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública (CAEd/UFJF), teve orientação da coordenadora UAB da UFJF, professora Drª Eliane Medeiros Borges, e apresentou, ao final, um projeto que visa criar uma plataforma específica para oferecer capacitações aos atores da EaD na Universidade.

Gillian possui graduação em Letras e é especialista em ensino da língua portuguesa, formação que despertou seu interesse pelas tecnologias aliadas à educação, quando o seu TCC investigou o letramento digital do professor/aluno e o uso do blog como ferramenta nas aulas de português. “Desde então, surgiu a minha paixão pela  tecnologia e pela educação a distância”, afirma a nova mestre.

 

Gillian Volpato que defendeu dissertação que visa criar uma plataforma específica para oferecer capacitações aos atores da EaD na Universidade.

A acadêmica destaca que iniciou a pesquisa da dissertação observando que a função que mais se aproxima da responsabilidade pela formação continuada do tutor no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB) seria a Coordenadoria de Tutoria, função prevista nos documentos normativos, com a atribuição pedagógica de formar e acompanhar os tutores em suas atividades. Gillian entrevistou os coordenadores de curso e de tutoria das graduações a distância da UFJF, investigando e mapeando vários aspectos relativos ao seu trabalho. “Dentro desse cenário, identificamos que essa Coordenadoria de Tutoria acaba não exercendo essa função pedagógica prevista, de atuação junto aos tutores e, sim, assumindo uma função muito mais burocrática, atuando junto aos coordenadores dos cursos”, revela.

De acordo com a mestre, o próximo passo foi focar no tutor a distância, que atua junto à plataforma. “Identificamos na pesquisa que o perfil dos tutores da UFJF é de profissionais experientes e que já atuam desde o início das primeiras ofertas dos cursos, o que exige formações que tragam novidades em relação às novas tecnologias, e isso não acontece na prática, pois geralmente participam somente de uma formação inicial, sem um acompanhamento contínuo”, destaca.

Gillian também observou a necessidade da inclusão de outros atores da UAB nas questões de formação, como os professores e coordenadores, já que é importante conhecer a fundo as especificidades da modalidade, pois, segundo ela, em alguns casos acontece uma transposição do ensino presencial para a modalidade a distância.  Além disso, a acadêmica conseguiu identificar que ainda existe preconceito em relação à educação a distância dentro da própria Universidade.

“Ficou muito claro para mim, durante a pesquisa, esse desconhecimento do papel da educação a distância dentro da UFJF, por isso considero importante uma maior divulgação da mesma para a própria comunidade acadêmica visando, cada vez mais, a diluição da dicotomia entre as modalidades presencial e a distância. É preciso mais envolvimento do portal da UFJF, do site institucional do Cead, da Radioweb, das redes sociais, divulgando experiências exitosas dos cursos a distância e ações da assessoria de comunicação do Centro”, aponta.

Como solução para os problemas apontados na dissertação, Gillian propôs a criação de um Ambiente Virtual de Formação Continuada, utilizando a própria Plataforma Moodle, ferramenta adotada pela EaD na Universidade. “Sendo a Plataforma o lócus de atuação dos tutores, pensei que seria interessante explorar ainda mais todas as suas ferramentas disponíveis, as potencialidades do Moodle para as questões de comunicação e também de formação”, explica.

Segundo a técnico-administrativa, esse ambiente virtual seria um local para a troca de experiência entre todos os atores da UAB, comunicação entre as duas dimensões da gestão dos cursos (Coordenadores e Cead) e um espaço para tratar as demandas por formações específicas de cada curso. A proposta envolveria como responsável pela criação desse ambiente o setor tecnológico do Centro e, por alimentá-lo, os coordenadores de tutoria dos cursos, o que seria uma forma de envolvê-los neste trabalho mais pedagógico, observando as necessidades de formação dos tutores atuantes.

“Pensei ainda que essa plataforma poderia ser interessante para oferecer informações atualizadas sobre tudo o que diz respeito à EaD, até aos próprios coordenadores e professores. Poderíamos disponibilizar as legislações da UAB, por exemplo, no que diz respeito aos parâmetros de pagamento de bolsas, que sempre vêm mudando. E, também, ser uma ferramenta de comunicação direta com o Cead, para tirar dúvidas, etc. e para divulgar tudo o que for relativo à educação a distância, até mesmo cursos de capacitação e eventos de outras instituições”, pontua Gillian.

De acordo com a pesquisadora, o estudo contribui também para uma tomada de consciência da importância da ampliação da oferta de cursos de formação inicial para os docentes da UFJF, tanto aqueles que atuam na educação a distância, como na presencial, para que conheçam a plataforma e seus recursos e, dessa forma, ampliem suas possibilidades pedagógicas, utilizando as ferramentas da EaD também no ensino presencial, indo ao encontro das novas tendências educacionais do ensino híbrido.

“Acredito que o resultado do estudo e a proposta de formação poderá embasar a criação de uma política de formação inicial e continuada dos atores que fazem a EaD na UFJF”, conclui a nova mestre.

Contatos:

Gillian Mariana Luciano Volpato. (mestranda)

(gillianv.mestrado@caed.ufjf.edu.br)

Drª Eliane Medeiros Borges (orientadora – UFJF)

Suporte de Orientação: Diovana Paula (CAEd/UFJF)

Banca Examinadora: Profª. Dra. Adriana Rocha Bruno (membro interno)

Prof. Dr. Marcello Ferreira – Membro da banca (membro externo)